Powered By Blogger

domingo, 18 de setembro de 2011

Vida e Morte


Para o ser humano, não existe questão mais séria do que a morte. Nada, portanto, poderia proporcionar-lhe maior alegria do que uma explanação da questão. Na Europa, espiritualistas como Sir Oliver Lodge e Maeterlinck se dedicaram ao estudo da vida após a morte e publicaram vários livros a respeito. Eu vou escrever sobre o assunto com base nos resultados que obtive ao pesquisar os fenômenos espirituais relacionados com a morte.
Ao abandonar seu corpo físico que não pode mais ser utilizado, o espírito retorna ao mundo espiritual, onde reinicia uma nova vida. Primeiramente, vou descrever o que ocorre no momento da morte sob o ponto de vista espiritual. Geralmente, o espírito abandona o corpo físico saindo por um dos três seguintes pontos: a testa, o umbigo ou a ponta dos pés. O espírito purificado – isto é , aquele que acumulou virtudes praticando o bem durante sua vida terrena – sai pela testa. O espírito muito maculado, que acumulou nuvens em consequência de seus pecados e ações malignas, sai pelas pontas dos pés. O espírito médio sai pelo umbigo.
Uma enfermeira que tinha dons de clarividência descreveu da seguinte maneira a sua experiência com um moribundo. Este exemplo é ocidental: "Um dia, ao observar um paciente que estava morrendo, vi uma substância branca, semelhante a uma névoa, sair como um fio de sua testa. Essa substância espalhou-se lentamente pelo espaço formando uma grande massa irregular parecida com uma nuvem e esta, aos poucos, foi assumindo uma forma humana. Alguns minutos mais tarde essa nuvem transformou-se numa perfeita reprodução da figura do paciente, quando vivo. Ele ficou pairando durante algum tempo no ar a observar o seu próprio cadáver. A seguir olhou para seus parentes que choravam agarrados ao morto, como se quisesse mostrar-lhes que estava ali. Mas depois – certamente ao se dar conta de que se encontrava numa dimensão diferente – pareceu desistir da tentativa, pois dirigiu-se para a janela, pela qual saiu flutuando". Esse relato descreve perfeitamente o que ocorre no momento da morte.
No budismo, a palavra "morte" significa "o que vai nascer". Porque o que morre no mundo material, na verdade esta nascendo no mundo espiritual. Depois de passar para o mundo espiritual, onde vive durante um período que pode variar de alguns anos a dezenas, centenas ou mesmo milhares de anos, o ser humano renasce no mundo físico. Durante o curso de sua vida terrena, ou à medida que vai executando as suas tarefas, o homem acumula – de modo consciente ou inconsciente – impurezas e máculas em seu corpo espiritual. Quando as doenças ou a velhice deterioraram o seu corpo físico, impedindo-o de cumprir as suas tarefas, ele abandona o corpo e volta para o mundo espiritual.
Quando a alma ingressa no mundo espiritual, começa, geralmente, a ser purificada de suas máculas. Dependendo da quantidade de suas nuvens, ela viverá num plano mais alto ou mais baixo do mundo espiritual. A quantidade de máculas também irá determinar se o período de purificação será longo ou curto. Esse período pode variar de alguns poucos anos a centenas e milhares de anos. E quando o espírito está purificado até um certo grau, renasce por ordem de Deus.
Essa é a ordem normal, mas há exceções. Quando uma pessoa morre sentindo um forte apego a vida, muitas vezes reencarna antes de ter sido suficientemente purificada no mundo espiritual. Tais pessoas têm um destino infeliz, pois como ainda carregam muitas máculas e pecados de sua encarnação anterior, sofrem grandes purificações.
Há no mundo pessoas boas que são muito infelizes. Elas acumularam muitos pecados em suas vidas anteriores, mas no último momento de sua encarnação precedente, arrependeram-se e tomaram a firme decisão de nunca mais praticar o mal. Esse sentimento ficou gravado na alma, mas elas renasceram prematuramente, quando ainda não estavam suficientemente purificadas. Por isso, embora odeiem o mal e só pratiquem o bem, vivem em circunstâncias muito infelizes. Não obstante, após um período de infelicidade durante o qual dissipam pecados e máculas, elas podem tornar-se repentinamente felizes. Há muitos exemplos assim.
Há vários tipos de temores e fobias que as pessoas carregam consigo de uma vida para a outra. Há homens, por exemplo, que se orgulham de sua conduta irrepreensível, vangloriando-se de não conhecerem outra mulher além de sua esposa. Outros permanecem solteiros até o final de seus dias. Essas pessoas, na vida anterior, tiveram experiências muito desastrosas com mulheres e morreram receando o sexo oposto. E esse pensamento ficou gravado em sua alma.
Há pessoas que detestam ou temem certas aves, insetos ou animais, porque sua morte foi causada por eles. Outros têm medo da água, do fogo ou de lugares altos, porque morreram afogados, queimados ou em consequência de uma queda. Há indivíduos que temem aglomerações e evitam ir a lugares onde há muita gente reunida, porque morreram pisoteados em meio a uma multidão. Há outros que tem medo de ficarem sozinhos. Certa vez tratei de uma pessoa que tinha pavor de ficar sozinha em casa. Quando todos os membros de sua família saíam, ela sempre ficava esperando do lado de fora até que alguém voltasse. Essa pessoa, numa vida anterior, foi acometida de um mal agudo quando se encontrava sozinha e morreu antes que alguém pudesse acudir aos seus chamados. Esses exemplos nos mostram que devemos preparar o nosso espírito para poder passar ao mundo espiritual com tranquilidade, sem apegos ou temores.
Algumas pessoas nascem deformadas ou aleijadas porque morreram em consequência de fraturas nos braços ou nas pernas ao caírem de um lugar alto e renasceram antes de estarem completamente curadas. O renascimento prematuro pode ser causado não só pelo apego da própria pessoa, mas também pelo apego dos pais ou parentes. Quando uma mulher engravida logo após a morte de um bebe muito amado, este muitas vezes renasce prematuramente devido ao apego da mãe. Essas crianças, geralmente, não são felizes.
O ser humano já nasce sábio ou tolo. A razão está na diferença da idade espiritual, pois há almas velhas e almas novas. As almas velhas reencarnaram muitas vezes e adquiriram muita experiência no mundo material. As almas novas, ao contrário, nasceram no mundo espiritual numa época mais recente. Por isso carecem de experiência e são menos inteligentes. As almas novas nascem de um ato de procriação no mundo espiritual.
Quem já não passou pela experiência de sentir por uma pessoa a quem nunca havia visto antes, uma simpatia ou afinidade muito mais forte do que pelos próprios pais, filhos ou irmãos? É que essa pessoa já foi nossa parente próxima numa vida anterior, ou então com ela mantivemos relação muito íntima. Isto, no budismo, é chamado "Innen" (afinidade).
Há pessoas que durante uma viagem sentem tão intensa simpatia por uma determinada localidade, que ali gostariam de permanecer. São lugares em que viveram ou residiram durante muito tempo, numa existência anterior.
Quando entre um homem e uma mulher eclode uma paixão violenta que avança cegamente, é porque ambos se amaram profundamente numa vida anterior, mas não tiveram oportunidade de se unirem. Por isso, nesta vida, a relação assume a forma de uma paixão explosiva.
Também quando um indivíduo lê livros históricos e sente forte simpatia ou repulsa por certos episódios ou personagens, é porque viveu naquela época e teve alguma relação com os eventos descritos.


Ensinamento de Meishu-Sama

Nenhum comentário:

Postar um comentário